sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Poucas linhas em um momento...


Daquela janela eu observava a cidade de Porto Alegre: uma igreja,
um puteiro. Prostitutas e crentes, drogados e policiais, o
antagonismo, sim, o eterno verso e reverso...Ela nua, me dizia pra
voltar pra cama. Será que ela não consegue ver a beleza do
confronto eterno? Os homenzinhos, as suas vidas e ambições, a
ilusão de que são alguma coisa num universo onde tudo termina e
recomeça...Daquela janela a fumaça do meu cigarro subia se
misturando no eterno éter, e eu pensava como momentos assim
são frágeis.
Como eu gostaria de nunca mais voltar...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

literatura nunca mais!


Nesse exato momento uma estrela em uma galáxia distante acaba de
explodir se tornando uma super nova, em algum quarto sujo uma
prostituta é espancada até gozar, um pai de família se orgulha do
seu filho e, chegará mais uma vez bêbado, em algum lugar uma
aranha observa sua presa, aqui eu escrevo...inútil... sem vida o
computador pisca suas luzes e cores,a onde deveria ter um coração
está meu cérebro, preocupando e temendo o futuro, inventando momentos
e fazendo passa tempos.
Assim, assado.
No fundo é isso mesmo: escrever.
Um dia quando não mais a melancolia e a solidão forem como
pesados blocos de pedra na minhas costas, eu voltarei aquela bela
cidade litorânea, beberei a mesma cachaça de todos os dias e
gritarei para o horizonte: "literatura nunca mais..."