sábado, 25 de abril de 2015

Versos da madruga: reflexão e delírio

Pergunte ao silêncio imemorial que existe em você:
Qual o sentido da vida quando tudo pode ser tirado de nós?
Eram três da manhã e o breu infinito elucidava as questões mais divergentes em mim
Tudo que foi e será fazia sentido

Os loucos e as crianças são os primeiros a serem felizes, e em jardins vistos em sonhos, me deparei com uma porção deles...
Ao desafiar Zeus os mortais foram loucos, e assim no nascimento da tragédia grega para o mundo o homem vinha para sofrer por sua própria condição de agregado de carne que sonha em ser essência etérea.

Mais uma vez preste atenção no silêncio que há no fundo da sua mente, pare o diálogo interior
Veja o quanto nossos destinos podem ser trágicos também quando ao recebermos o fogo da sabedoria sua luz nos mostra um mundo distorcido e moldado pela má consciência e como o hominídeo ignorante acabou por acreditar que aquilo é condição inexorável da existência, assim como o fogo mandado pelos Deuses

Qual o sentido da existência quando tudo é tirado de nós?

O desprendimento para se nascer milhões de vezes na mesma vida é a condição básica das células, a vida é um fenômeno inexplicável, e no vácuo da sabedoria, onde ela não surte efeito, há o mistério que talvez seja a resposta para conquistarmos também esse desprendimento. E de dentro pra fora renascermos milhões de vezes, sem olhar para trás, rumo ao mundo dos Deuses ou dos loucos...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A moral do ressentimento e os ideais libertários


“Nos livros mais antigos, e nas tábuas dos profetas, em mármore ou barro, tudo teve a pretensão de estar escrito, de ser a lei, e de por um encanto cósmico palavras se tornarem o pão que alimenta e fortifica para a vida, ao mesmo tempo em que essa nos é negada.”

Podem se passar anos na vida de um homem, quem sabe uma vida toda, uma existência de submissão e ressentimento ao sistema e suas contradições.
Aqui devemos entender que o que tenho como sistema se trata de todas as organizações e suas relações mutuas de conveniência.

O que eu proponho não é uma ruptura, não se enganem.
Aqui não há nenhum arauto do apocalipse, mensageiro de um fim de caos e fogo. O que proponho é uma evolução constante e gradual, que por vezes precisa ser não pacifica. Necessita de um pouco de sacrifício e por que não ataque direto?
Sim, pois me foi ensinado tempos atrás que medimos o valor de um objetivo pelo sacrifício que fazemos por ele.
E sobre uma ação direta, tenho a dizer que me parece a forma mais honrada de vencermos a moral do ressentimento ao poder. Moral essa que rebaixa nossos valores libertários a uma fraqueza de espírito que quer nivelar a todos por baixo...Sim, jamais somos homens de ação, sempre homens de reação.
Então a síntese dessa filosofia perversa e que também pode ser chamada de aberração, me foi revelada numa visão que tive através das minhas reflexões sobre o livro “A filosofia da moral” em contrapartida aos ideais libertários.

Essa é a grande questão nascida da minha leitura de Nietzsche:
Como conciliar os valores libertários anarquistas com a moral do ressentimento ao poder, que comprovadamente tem feito tanto mau a evolução das verdadeiras virtudes do espírito humano?

Acredito agora que o poder não deve ser mais negado, e que todo ressentimento provindo da impotência dele deve ser aplacado pela superação de si e a guerra para com tudo que nos quer dominar e domesticar. Existe sim diferença entre auto disciplina e a simples disciplina imposta pela rotina. Essa ultima são rodas que devem cair, lentamente ou no tempo em que nos permitirmos a dar esse passo.

Acreditem homens com cabeça de areia estão construindo um futuro para nós.

Devemos, contudo como disse Khalil Gibran, não apenas derrubar o tirano, mas nos certificarmos que seu trono também foi derrubado, e não será ocupado novamente!

As previsões e antigas profecias devem ser negadas, pois me parece que o animal homem por vezes quer mais, e assume seu papel de agente histórico do meio, e a consciência disso tudo já não basta, por Júpiter camaradas, queremos mais que termos uma opinião ou sermos o mais intelectual do bar.
Sim, nossa vontade clama por movimento e conquista. A moral do ressentimento do velho filósofo alemão é com certeza real ,e puxa tudo para o nível do esgoto e das coisas rastejantes, mas podemos, afirmo a vocês, derrubarmos esse comportamento de ovelha ressentida e nos tornarmos libertários sem aceitarmos todas as misérias provindas dessa amargura de antigos escravos .
Aqui ouso definir uma nova linha de raciocínio libertário, livre dessas chagas.

Liberdade=conquista=vitória=nobre=felicidade

Tenhamos consciência da existência do poder, e saibamos não o compartilhar, e sim criarmos uma verdadeira relação de poderes.
Então estaremos despertos para um mundo que realmente devora os que querem ser ovelhas. E por outro lado joga no nada os que vivem na amargura da negação.
Sejamos então mais que qualquer figura de linguagem que eu possa empregar, sejamos obra nossa mesmo, em resplendor e arte teremos esculpido a nossa verdadeira imagem que até então nosso ressentimento não nos permitia ver.


sábado, 18 de janeiro de 2014

Reflexões anarquistas na era contemporãnea: versos de um andarilho acadêmico.

Enquanto eu esperava pelo jantar a noite me parecia bem serena, assim como eu. O som do ventilador desbravava o silêncio e me levava suavemente pelos confins sagrados da minha solidão. Era apenas uma quarta feira à noite.
Os Deuses tramavam seus planos astrais e eu era um joguete estúpido e sem vontade própria!
Governos articulavam políticas e guerrilhas urbanas queimavam bandeiras... E eu estava sentado em cima de minha opinião.

Ter uma opinião já é o bastante?
Pode um homem afirmar que é um homem se não tiver uma?

O destino do mundo então era traçado a minha revelia, e tudo que eu podia fazer era cozinhar bem as batatas.
A vida e obra dos grandes pensadores e revolucionários me contavam histórias de sacrifício e glória, entrega e paixão incondicional ao ideal.
Nascemos e vivemos em um mundo que se transforma constantemente, fato irrefutável. Então nos resta apenas escolhermos sermos um resultado e produto do sistema e suas evoluções e contradições, ou assumirmos de vez os rumos do que somos e poderemos vir a ser, isso por meio é claro do único meio possível para tal tarefa: a negação absoluta de qualquer paradigma. A ruptura definitiva com o meio e a alienação imposta por ele.

Concordando no abandono total das ideias pré concebidas pela ideologia e pelas políticas de conveniência, e até mesmo pela moral criada anos atrás, sim, teremos um ponto de partida para a concepção de uma personalidade mais vigorosa, autentica e resoluta.
A realidade que enfrentamos e a rotina que nos consome é o dragão que abateremos, e banhados em sangue mais uma vez teremos honrado a nós mesmos e os nossos heróis que não morrerem em vão. Então poderei sim dizer que não apenas tive uma opinião subjetiva, eu fui um Descartes ébrio de ópio em ações e experiências vivas!
Enquanto eu esperava pelo jantar e o arroz borbulhava, meu encéfalo também fervia em inconstâncias. Michael Bakunim por certo era um gênio que de tudo que fez na vida o mais bonito foi ser um homem forte e evolutivo em seus pensamentos. Tanto sacrifício que fez me faz sentir um verme ocioso, escondido atrás de livros e de um caráter acadêmico mediocremente confortável. Mas eu nunca quis isso para mim. E se eu venho até vocês com uma patética autocrítica, se deve a meu desprendimento e vontade sincera de viver na evolução e vitória dos preceitos da anarquia.

Eu não estive exilado na Sibéria, nem tramei sequestros e assassinatos terroristas, tão pouco tive o prazer de incendiar palácios, nem mesmo consegui pichar um muro. Não tenho uma arma, nem uma bandeira preta em casa. Contudo, meus olhos nunca cansam de contemplar a liberdade, e de entristecer com a miséria das prisões que a própria sociedade hipocritamente cria para se manter em seus esquemas de privilégios e burocracias, desigualdades e injustiças que se tornaram tradições e placas de bronze na entrada das cidades.

Viver por certo é nossa única opção, mas se libertar será uma conquista.
Encerro os pensamentos de hoje com uma frase de uma célebre mulher, que foi uma grande revolucionária,Emma Goldman.

“Se não posso dançar, não é minha revolução.”

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Reflexões anarquistas na era contemporãnea: versos de um andarilho

Meu corpo magro se distanciava no horizonte, e com as mãos nos bolsos e a cabeça um pouco inclinada eu sumia, me afastava em sonhos sublimes. Todos nós somos isso: um pouco do sonho da terra.
Os filósofos usam por vezes as palavras dos poetas. Pois é preciso mais que tocar em teu puro e íntimo conhecimento. É preciso que teu coração seja amante da razão.

E assim eu me lançava no universo, um fragmento presunçoso de energia, um aglomerado de átomos resistente e solto na lei do caos. Somos herdeiros da poeira cósmica.
Em ruas onduladas de casas destruídas minha imaginação voava e se divertia em meio à dor e a alegria numa mistura insana...

Segundo Nietzsche os trabalhadores esclarecidos eram os anarquistas de sua época. Hoje, em uma sociedade liberal e um estado de bem estar social falido e privatizado eu venho a vocês indagar quem são os anarquistas atualmente?

A revolução disse Marx, não vai destruir o sistema, vai tomar posse dele. Contudo, e principalmente contrariamente ao filosofo alemão, jamais entregaremos nossa liberdade e razão, em virtude de um coletivismo opressor e castrador de criatividades e potencialidades de um homem livre de fato.
Os filósofos anarquistas imagino eu, são as pessoas que ultrapassaram o processo dialético entre a tese capitalista e a síntese socialista.
E por favor, não me falem de social democracia. O jogo do poder sempre existirá, mas cabe a nós mesmos não encararmos a vida como um jogo, e sim como tudo que temos.
...
Meus passos foram breves, mas minha mente percorreu quilômetros naquela tarde.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O consumismo e o poder do capitalismo


Haviam manhãs e tardes em que todos meus fantasmas resolviam dançar ...
Em uma volta pelas ruas do subúrbio eu os acompanhava. E meu pensamento se elevava.

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Nas paredes sujas dos guetos e na violência dos becos um sussurro obsceno era ouvido:
Todos estão condenados!
A vulgaridade é uma lastima que sempre poderemos evitar, venham e aceitem a única verdade possível de se conceber: o capitalismo é uma promessa que não pode ser cumprida.
O consumismo é a insaciável força motriz do capitalismo. E realmente viver para a satisfação dos sentidos em plena ociosidade é a meta de muitos. Pois eu digo: vulgar e degradante é tal estado de espírito.
Clamo por uma humanidade mais vigorosa e fraterna, sim, dona e consciente de suas verdadeiras necessidades e aspirações.
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Nascemos para sermos conquistadores do meio onde vivemos, e não para sermos domados por ele. Eu vejo com desconfiança toda essa multidão massificada e ao mesmo tempo individual em avidez pelo consumo. Os homens tornados predadores de si mesmos.
Nós, os que romperam com o pensamento ocidental ordinário, e que desafiamos as barreiras de nossas próprias limitações ideológicas jamais vamos voltar atrás. É muito mais que questão de orgulho ou poesia, é uma questão de sobrevivência do nosso eu, da identidade e peculiaridade de cada um.
...
Todos Estão condenados!
Então os homens que se entregam ao poder de qualquer governo ou autoridade se tornam gado. Fielmente em servidão esperando a hora do abate.
Tudo bem eu assumo, estou consciente do contrato social de Jean Jaques.
Mas por júpiter, onde está o poder se não onde sempre esteve: do lado das elites.
Então eu chego em nossa questão: Qual a relação do consumismo com o poder?
O poder está nas mãos dos que controlam a economia. Consumir gera a riqueza de todo o sistema capitalista.
Aceitem também essa verdade: o mercado cria necessidades e sonhos fictícios, o homem ocidental se tornou viciado e sem consciência nenhuma de sua verdadeira missão.
Tornar o contrato social um pacto fraterno e de elevação da raça como um todo.
Pois me desculpem se me repito, mas vivemos em uma sociedade uns por cima dos outros, lutando pra chegar ao topo.
O filósofo anarquista não nega a vida em nenhum aspecto. Não sou mais um pregador de austeridade. Mas pergunto:
Estão vocês dispostos a abrir mão de alguma coisa em nome desse mundo mais sustentável e fraterno?
Claro que não. E, é aí que o capitalismo sobrevive.
...
Talvez o planeta terra reclame a conta de tanto esbanjamento, quem sabe?
Para encerrar mais uma vez peço desculpas, dessa vez talvez por tantas redundâncias, pois escrevo para os que sabem do grito silencioso, que entenderam a verdade sobre suas próprias vidas e assumiram de vez suas proeminências.
Muito obrigado, e tenhamos força contra todo o poder que venha a tentar por suas mãos sobre nossas cabeças.

sábado, 23 de novembro de 2013

Auto gestão: uma conquista

Evoco a auto gestão como virtude base de todo o homem que almeje viver sobre a honra da filosofia anarquista.
Estar livre da alienação de um governo ou de uma religião, soltar se das amarras que nos prenderam a sociedade hipócrita, sim, tudo isso não basta quando tudo que aceitamos começa a se tornar decadente e outra forma de alienação: a ideologia.

Em tempos em que a democracia se tornou realmente uma aristocracia eleitoral e um argumento para os imbecis chegarem ao poder, eu vejo a “Auto gestão” como uma conquista dos que realmente despertaram para um conhecimento mais abrangente e verdadeiro.

Não a democracia, sim a razão.

A auto gestão consiste em um sistema adotado por indivíduos capacitados de consciência crítica e inteligência temerosa, capazes de desafiar não só o Estado opressor, mas as idéias viciadas impostas pela própria massa.
Mas quem realmente são esses homens e mulheres? Eles se auto proclamaram então os livres. Mas livres de que? E quem lhes poderia conceder o título de anarquistas, se vivemos em uma sociedade de hierarquias de classes e poder político bem definidos?

Pois eu lhes digo em verdade que desde que saímos do nosso estado natural e passamos ao estado civil nada mais temos feito se não tentarmos nos tornar bestas novamente.
Os anarquistas são os filósofos que não tem a liberdade como um ideal, eles já são livres.
E tal título só poderia vir de um lugar: da nossa paixão pela liberdade como força.
Que esse conhecimento seja uma chama que aqueça a todos que tiverem desprendimento para se aproximar dele.

sábado, 16 de novembro de 2013

As flores mortas e o paraíso


O meu corpo apodrecia em um cemitério qualquer.
E a noite o fogo factuo se elevou em homenagem ao que eu escrevi.
...
Era o epitáfio solene, escrito no mármore frio que agora era minha morada.

“Nem uma força guiou a vontade do homem se não sua alma"

Nascimento, crescimento, envelhecimento e morte.
Você me pergunta simploriamente:
Qual o sentido da vida se sabemos que vamos morrer?
Devo mergulhar nesse pensamento para homenagear tua dor.
...

Nosso inexorável destino aplaca a todos impiedosamente, pois devemos também ser implacáveis.
Nós, um punhado de átomos lançado na existência não devemos perder mais tempo.
Voltaremos ao pó com a dignidade suprema de quem se agarrou a vida e tirou de tudo o melhor.
Quando crianças corremos por brincadeiras, na juventude o prazer se tornou tudo e todos. Mas foi no amadurecimento que tivemos que nos curvar perante o peso da verdade:

Tudo seria tirado de nós se insistíssemos em viver em um mundo que já morreu.
Se vivermos na plenitude nossa vida não nos será tirada, terá chegado ao fim de uma jornada de aventuras. E lembrar com alegria e saudade é a afirmação do que um dia essa energia foi.
Como disse Buda, não há inferno, terra e nem céu que possa fugir da lei do carma que trás a dor da perda.
Mesmo se estivéssemos no céu, contemplado o resplendor máximo da evolução de nossos espíritos. Sim, voltaríamos nossos olhos para a terra, onde estão nossas irmãs e irmãos queridos. E tragicamente os veríamos fenecer como flores colhidas com uma beleza que se esvai e se perde na realidade imutável do mundo. Com o coração partido e triste não poderíamos mais dizer que estamos no céu ou no paraíso.
Que nos elevemos acima do inferno, da terra e do paraíso.
Tudo será tirado de nós, e desnudos e imersos na dor e na solidão nos tornaremos quem realmente somos. Os que desafiaram as rodas da vida.

E pela manhã quando o sol voltar insistentemente o mundo nos será oferecido mais uma vez.


sábado, 26 de outubro de 2013

O individualismo e o homem em sociedade


Nos diferenciamos dos animais principalmente por agirmos com o meio, o modificando, transformando e trabalhando para que nos seja favorável. A partir do momento em que descemos das árvores e pegamos a primeira pedra para bater em algo que queríamos submeter a nossa vontade, sim, nos tornamos o que hoje tanto nos orgulhamos: o homem.
Senhor da natureza e dos animais, filho e representante do poder divino na terra. Nós viemos para fundar o reino civilizado da cidade de Deus.
No principio andávamos pela terra como nômades, e nossos pés descalços aprenderam a caminhar lado a lado. Pois então o bicho homem era uma criatura sociável. E na segurança da tribo se fortalecia mais ainda perante as contingências até então terríveis da natureza.
E é nesse ponto que quero propor nossa reflexão.
Então a sociedade é em sua essência histórica mais um método ou mecanismo criado para nos fortalecermos perante a disputa da vida sob a luz do sol.
Todas as instituições e associações tem este objetivo por fim: o bem comum.
E alguns podem pensar que é triaste eu ter que desenvolver pensamento para afirmar algo tão óbvio.
Mas vejam bem, foi criado algo novo em certo momento em que era preciso manter a prosperidade da raça, então as pessoas conceberam o Estado.
Todos bem sabem, nascido da necessidade de assegurar o direito da posse e da propriedade.
Mas como velhacos, os macacos falantes usurparam a moral do bem comum em nome de si mesmos, e em nome desse poder tem escravizado e matado por razões que já se perderam no tempo e na razão de ser.


É certo que a associação do homem primata nos trouxe para o que podemos chamar de evolução. Nossa civilização é a afirmação dos valores do bem comum. Porém a natureza e suas leis se aplicam a tudo.
E por vezes tem sido o Estado uma contingencia a ser vencida. E a dialética materialista se aplica muito bem: Todo sistema se desenvolve quando possível até seu apogeu, e é então no clímax que começa a apresentar suas contradições. E dessas contradições nasce uma nova ideia, que num futuro próspero e não muito distante será verdade insuportável .


Então o individualismo é o direito de todos e a sociedade também.
Pois aqui evoco então em nome da sobrevivência da nossa personalidade individual e rara hoje em dia, o que considero um dos valores mais dignos do livre pensador contemporâneo:
A auto gestão.
Essa a chave para um mundo onde sabemos que a sociedade é com certeza uma organização saudável e natural, mas que por vezes se volta contra nós como um monarca tirano que havia prometido nos proteger e para isso faz uso de uma força cega e insensível.

Mas precisamos sobreviver...E, é sobre a auto gestão que estarei escrevendo em breve.

domingo, 20 de outubro de 2013

A soberania da alma

“Eramos nações independentes lutando por nossa soberania! E as grandes potências com sua politica de poder invadiram a pacifica ilha do nosso verão!”


Eu convido vocês a imaginar nossas vidas em comparação as relações entre os países.
Melhor figura de linguagem eu não poderia fazer uso, pois este é por vezes um sistema onde buscamos através de relações diplomáticas extrair e usurpar o máximo do outro, e isso os velhos senhores da politica e da guerra já faziam muito bem.
Politica de poder.
Assim chamada, foi exercida pelos países europeus antes da eclosão da primeira grande guerra.

Pois aqui mais uma vez então levanto minhas suspeitas de que o homem primata não só come ervas, e carne, como também planta e mata para viver!

Mas a questão não se resume a um verso romântico, ela é para mim primordial no meu entendimento e realmente onde repousa meu questionamento de agora:

Uma vez sendo a vontade de poder e o caráter predador do homem fato comprovado histórica mente, o que fazer quando nos vemos sob o assédio ou até mesmo sofrendo diretamente com as investidas tirânicas do poder secular e voraz desses velhos senhores?

É na indolência que esta a forma mais radical e egoísta da felicidade. E nela os sábios buscam refúgio contra todo mau que por vezes tenta lhes tirar as riquezas.
Mas algo dentro de mim gritou em nome de uma resistência também!
A neutralidade me pareceu uma dádiva dos fortes, mas a passividade uma fraqueza mortal.
Finalizando nosso confronto de ideias clamo por uma serenidade de aço, com um olhar atento, contudo autossuficiente em relação a tudo.

A politica de poder jamais será uma guerra digna, a verdadeira batalha aconteceu há muito tempo,quando soltamos as correntes e realmente pudemos ver um dia nascer sem ter que amaldiçoar o sol.
Os outros países não são nossas presas nem potencialidades. São as cidades dos Deuses, e tudo que eu penso é que no mínimo deveríamos buscar com eles voltar dignamente ao pó.

domingo, 13 de outubro de 2013

As estrelas e o chão desolado da cidade


Procurávamos por estrelas no chão desolado da cidade.
Foi assim na mocidade de nosso conhecimento, quando a sujeira das ruas era um divertimento e todos riam satisfeitos do mendigo que desistiu de tudo.

Em noites em que cruzávamos nossos olhares eu apenas queria poder segurar isso sem ter que me despedaçar e me consumir ...

Mas eu tive um momento de solidão guardado, e em quatro páginas apenas, minha mente foi tocada pela real e absoluta verdade:
Os filósofos mortos não podem saber da vida que esta por ser gerada.

Mas em noites dessas isso não interessa, pois somos vikings bebendo em jarras e dando
gargalhadas . O velho mar guarda nossos mortos e um dia seremos consumidos por essa mesma imensidão que nos criou.

Então não é hora para chorar, nem mesmo para rir idiotamente da desgraça ou da felicidade que sempre esta insatisfeita.
Sim, por Odin, eu vou voltar pra casa levando a poeira das ruas e a vontade de sempre estar em um lugar melhor.

Nossos destinos cruzados eram romances escritos pela mão de escritores anônimos e teus versos nunca foram ouvidos por ninguém, e aquele sarau que tu mesmo inventou era aplaudido por mim, com palmas e sorrisos de quem sabe que nem mesmo Jorge amado foi levado a sério no inicio.

Procurávamos por estrelas no chão desolado da cidade, mas eu e você em segredo já sabíamos:
Toda luz que veríamos seria artificial, mas o lampejo que se sucede em nossos encontros é real!