sábado, 26 de outubro de 2013

O individualismo e o homem em sociedade


Nos diferenciamos dos animais principalmente por agirmos com o meio, o modificando, transformando e trabalhando para que nos seja favorável. A partir do momento em que descemos das árvores e pegamos a primeira pedra para bater em algo que queríamos submeter a nossa vontade, sim, nos tornamos o que hoje tanto nos orgulhamos: o homem.
Senhor da natureza e dos animais, filho e representante do poder divino na terra. Nós viemos para fundar o reino civilizado da cidade de Deus.
No principio andávamos pela terra como nômades, e nossos pés descalços aprenderam a caminhar lado a lado. Pois então o bicho homem era uma criatura sociável. E na segurança da tribo se fortalecia mais ainda perante as contingências até então terríveis da natureza.
E é nesse ponto que quero propor nossa reflexão.
Então a sociedade é em sua essência histórica mais um método ou mecanismo criado para nos fortalecermos perante a disputa da vida sob a luz do sol.
Todas as instituições e associações tem este objetivo por fim: o bem comum.
E alguns podem pensar que é triaste eu ter que desenvolver pensamento para afirmar algo tão óbvio.
Mas vejam bem, foi criado algo novo em certo momento em que era preciso manter a prosperidade da raça, então as pessoas conceberam o Estado.
Todos bem sabem, nascido da necessidade de assegurar o direito da posse e da propriedade.
Mas como velhacos, os macacos falantes usurparam a moral do bem comum em nome de si mesmos, e em nome desse poder tem escravizado e matado por razões que já se perderam no tempo e na razão de ser.


É certo que a associação do homem primata nos trouxe para o que podemos chamar de evolução. Nossa civilização é a afirmação dos valores do bem comum. Porém a natureza e suas leis se aplicam a tudo.
E por vezes tem sido o Estado uma contingencia a ser vencida. E a dialética materialista se aplica muito bem: Todo sistema se desenvolve quando possível até seu apogeu, e é então no clímax que começa a apresentar suas contradições. E dessas contradições nasce uma nova ideia, que num futuro próspero e não muito distante será verdade insuportável .


Então o individualismo é o direito de todos e a sociedade também.
Pois aqui evoco então em nome da sobrevivência da nossa personalidade individual e rara hoje em dia, o que considero um dos valores mais dignos do livre pensador contemporâneo:
A auto gestão.
Essa a chave para um mundo onde sabemos que a sociedade é com certeza uma organização saudável e natural, mas que por vezes se volta contra nós como um monarca tirano que havia prometido nos proteger e para isso faz uso de uma força cega e insensível.

Mas precisamos sobreviver...E, é sobre a auto gestão que estarei escrevendo em breve.

domingo, 20 de outubro de 2013

A soberania da alma

“Eramos nações independentes lutando por nossa soberania! E as grandes potências com sua politica de poder invadiram a pacifica ilha do nosso verão!”


Eu convido vocês a imaginar nossas vidas em comparação as relações entre os países.
Melhor figura de linguagem eu não poderia fazer uso, pois este é por vezes um sistema onde buscamos através de relações diplomáticas extrair e usurpar o máximo do outro, e isso os velhos senhores da politica e da guerra já faziam muito bem.
Politica de poder.
Assim chamada, foi exercida pelos países europeus antes da eclosão da primeira grande guerra.

Pois aqui mais uma vez então levanto minhas suspeitas de que o homem primata não só come ervas, e carne, como também planta e mata para viver!

Mas a questão não se resume a um verso romântico, ela é para mim primordial no meu entendimento e realmente onde repousa meu questionamento de agora:

Uma vez sendo a vontade de poder e o caráter predador do homem fato comprovado histórica mente, o que fazer quando nos vemos sob o assédio ou até mesmo sofrendo diretamente com as investidas tirânicas do poder secular e voraz desses velhos senhores?

É na indolência que esta a forma mais radical e egoísta da felicidade. E nela os sábios buscam refúgio contra todo mau que por vezes tenta lhes tirar as riquezas.
Mas algo dentro de mim gritou em nome de uma resistência também!
A neutralidade me pareceu uma dádiva dos fortes, mas a passividade uma fraqueza mortal.
Finalizando nosso confronto de ideias clamo por uma serenidade de aço, com um olhar atento, contudo autossuficiente em relação a tudo.

A politica de poder jamais será uma guerra digna, a verdadeira batalha aconteceu há muito tempo,quando soltamos as correntes e realmente pudemos ver um dia nascer sem ter que amaldiçoar o sol.
Os outros países não são nossas presas nem potencialidades. São as cidades dos Deuses, e tudo que eu penso é que no mínimo deveríamos buscar com eles voltar dignamente ao pó.

domingo, 13 de outubro de 2013

As estrelas e o chão desolado da cidade


Procurávamos por estrelas no chão desolado da cidade.
Foi assim na mocidade de nosso conhecimento, quando a sujeira das ruas era um divertimento e todos riam satisfeitos do mendigo que desistiu de tudo.

Em noites em que cruzávamos nossos olhares eu apenas queria poder segurar isso sem ter que me despedaçar e me consumir ...

Mas eu tive um momento de solidão guardado, e em quatro páginas apenas, minha mente foi tocada pela real e absoluta verdade:
Os filósofos mortos não podem saber da vida que esta por ser gerada.

Mas em noites dessas isso não interessa, pois somos vikings bebendo em jarras e dando
gargalhadas . O velho mar guarda nossos mortos e um dia seremos consumidos por essa mesma imensidão que nos criou.

Então não é hora para chorar, nem mesmo para rir idiotamente da desgraça ou da felicidade que sempre esta insatisfeita.
Sim, por Odin, eu vou voltar pra casa levando a poeira das ruas e a vontade de sempre estar em um lugar melhor.

Nossos destinos cruzados eram romances escritos pela mão de escritores anônimos e teus versos nunca foram ouvidos por ninguém, e aquele sarau que tu mesmo inventou era aplaudido por mim, com palmas e sorrisos de quem sabe que nem mesmo Jorge amado foi levado a sério no inicio.

Procurávamos por estrelas no chão desolado da cidade, mas eu e você em segredo já sabíamos:
Toda luz que veríamos seria artificial, mas o lampejo que se sucede em nossos encontros é real!


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O tédio mortal do materialismo


Eu via nossas vidas caminhado para um fim trágico.
O materialismo se mostrou como o pessimismo de um racionalismo implacável!

Tudo é a matéria vil quando aceitamos a morte do espírito.
E quantas vezes ainda mais serei chamado de louco?

O tédio que pesa após o meio dia é a morte.
O monge que caminha lentamente em direção a sua forca cometerá suicídio para quebrar a rotina.
E eu condeno a todos os círculos do inferno de Dante aquele que profana a vida com um simples pensamento de entrega a esse nada.

Quando de minhas cruzadas me deparei com os homens em perdição, eu também fui um pouco disso, e melancolicamente pude ver seus olhos brilhando para o vácuo da existência.

Clamo por movimento, e por um idealismo que supere as barreiras da medíocre consciência de existir para a matéria.


Pois em qualquer matéria posso soprar minha essência. Mas, do eterno éter, apenas posso receber humildemente a dádiva de existir.

Mas há os que choram sem serem dignos de suas próprias lagrimas.
Lamentam por um mundo que não pertence a eles, e acabam por ter que cruzar o deserto dos ventos uivantes.
E de uma paixão a outra queimam seus corpos em fogueiras erguidas com os escombros de seus sonhos.
Pobres crianças, o deserto não é uma maldição nem um exílio: é mais uma passagem para a fortaleza escondida em meio ao oásis de nosso amadurecimento.


O materialismo ainda é uma questão filosófica que me persegue.
Mas não há motivos para cair em desalento com o idealismo romântico, pois a lei do caos e do acaso jamais justificariam o movimento das coisas com vida em sentido de continuarem.