domingo, 30 de junho de 2013

A revolução de 2013


Quando eu resolvi escrever sobre uma nova crítica a sociedade capitalista, estive dando mais que um testemunho do meu tempo: de alguma forma tentei romper com os laços psicológicos que a economia de mercado havia impregnado em nossa vida.

Então os ventos de uma nova revolução levaram o povo as ruas, e como nobre espectador vi os canalhas defenderem um mundo de regalias que envergonharia a própria corte francesa na fila da guilhotina!

O crescimento desordenado das cidades, a escalada de um desenvolvimento frio e mecânico, sim. Nos jogaram nos subúrbios das metrópoles entregues a sorte de dias melhores. E tudo isso com certeza deve ser encarado pelos sociólogos da burguesia como uma piramide social ordinária. A pirâmide é o túmulo eterno do faraó, que mesmo depois de morto continua ostentando seu poder nefasto sobre o povo...

A revolução é o movimento natural de rompimento com a antiga ordem, e na medida que suas inspirações nascem da dor pela sobrevivência, devemos ter certeza que aceitamos uma missão importante, que isto é sério e nada nos fara retroceder.

Pois muito me preocupa algumas pessoas que encaram isso como diversão...
Eu nunca iria para o campo de batalha para me divertir, e nem Marte, impiedoso em seu carro de morte, sairia por nós se estivéssemos em falta com o verdadeiro espirito da guerra!

Nesses conturbados dias, os protestos pelo país encheram minha cabeça de novas ideias a refletir e minha alma de esperanças. Por favor, destruam os muros da cidade e rompam com a nova ordem, eu sempre quis ver cada tijolo da segregação jogado em alguma vidraça capitalista da moda!

Que Marte viva em nós a chama verdadeira da batalha.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Socialismo e o liberalismo


Uma chuva insistente caia do lado de fora da sala de aula. O som das gotas da chuva me levava cada vez mais para um mundo de sonho e repouso...Haviam campos floridos e árvores dispersas, lagos e dinossauros herbívoros pastando...Em um bosque mais afastado eu podia ouvir a melodia de uma arpa...

Eu quase tinha adormecido na aula de história.
Com um pouco de força de vontade consegui emergir da letargia que quase me tirava os sentidos, as palavras da professora voltavam a pronunciar o português, e pouco a pouco a revolução francesa tomava forma na minha mente maluca e embriagada pelo sono e o sonho.

Minha professora de história era também advogada, usava a palavra como uma navalha afiada, sem espaços para parênteses ou ironias momentâneas, gesticulava pouco com as mãos, mas o fazia com naturalidade. O som dos seus sapatos de salto alto, de belo couro preto, ainda batem na minha mente, me lembrando quanto insensível o conhecimento pode tornar um espírito humano.

Pois ouve um momento durante sua oratória, que a perspicaz professora de história, saindo de sua conduta impessoal para com a matéria, deu sua opinião a favor do liberalismo.
E para encerrar o assunto rapidamente, colocou o fracasso da união soviética como atestado do fim do socialismo no mundo. Foi simples para ela.

Da minha posição de aluno eu não tive força para prosseguir o debate, aliás, se quer para começar um!

….


Toda as concepções da sociologia são influênciadas pela luta de classes.
Os conservadores são os profetas do passado, querendo manter tudo no seu devido lugar. Idealizaram uma sociedade baseada na livre concorrência e chamaram isso de liberdade.

Quando meu espirito vagava pelos pavilhões da fabrica, sim, eu deslizava em um descanso verdadeiro e renovador, pensava que da revolução industrial até aqui muito tinha mudado, e que os fantasmas das crianças mortas nas fabricas de tecelagem certamente faziam um circulo em volta de mim...

Gostaria de ter dito para minha professora que o preço que ela quer pagar pelo desenvolvimento é muito caro. E que já tantas pessoas haviam morrido.
Pois eu acredito que o espírito predador do homem medieval esteja presente no neo liberalismo!

Em nossas aspirações para a liberdade o socialismo também não nos pode levar.

Então por favor professora, nunca chame de fraternidade de homens um mundo onde ainda morremos e vivemos, uns por cima dos outros, chegando ao topo depois de ter pisado em incontáveis cabeças!

Como eu gostaria de ter continuado naquele sonho...






domingo, 16 de junho de 2013

Exaltação: o conhecimento jogado esgoto a baixo.


Da minha condição de trabalhador eu observava tudo.
A fábrica e, as máquinas com seu som ensurdecedor pegavam minha alma com a mesma vontade que se tem ao dobrar uma barra de metal! Do meu posto de cidadão eu via tudo, e o Estado se desvelava no monstro que sempre foi,e a república era o sonho ébrio de Platão! Da minha carapaça de homem civilizado eu pude perceber as mil facetas da sociedade ocidental...

E quem sou eu nessa onda de energia ?

Como um homem qualquer que sou, vi todos jogarem o conhecimento esgoto abaixo e jurarem amor eterno a paixão do fogo que consome seus corpos!

E nas noites de lamentação eu passava por mais uma encruzilhada, sim, amaldiçoei todos esses antigos espíritos que nos levam por essas ruas incertas!

Mas haviam canções tiradas de antigos pergaminhos, e elas diziam que podíamos romper com todos os falsos contratos!

Então da minha condição de sobrevivente eu juntei forças para uma mudança!E gostei de chamar isso de revolução! O que significa o riso das ienas quando sabemos que elas apenas comem carniça? Pois que riam o quanto quiserem, a obra do conhecimento é para todos, mas nunca foi para qualquer um.

sábado, 1 de junho de 2013

Um pouco sobre o tempo...


Eu então tive que envelhecer!

As marcas da minha face se tornaram o contorno de um desenho inacabado:
a pintura do tempo em linhas perpétuas!

sim eram nossos sonhos da juventude estampados em sua velha camiseta no varal!

Me diga agora onde todos foram parar?

E qual o propósito da história em livros empoeirados?
Eu vi mais uma vez os amigos reunidos em reuniões de drogas e tudo flutuava pela madrugada
mais uma vez...

Mas dessa vez eu sabia onde queria chegar.

Nossos dias assassinados do passado nunca mais me perseguiram, pois aprendi a aceitar
a passagem desses ciclos intermináveis...E como isso nos é custoso!

Quando Júpiter para espantar o tédio eterno soprou o espírito na matéria, sim, nos tornamos
o que somos: vitimas do tempo na destruição da matéria!

Então eu tive que envelhecer, e escrevendo o único livro possível guardei nossos momentos
num diário secreto.



Que o tédio eterno jamais envelheça nosso espírito!