segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A revolução e a democracia




As bandeiras vermelhas tremulavam na praça central. Havia ocorrido mais uma vitória do povo...Ou quase isso...

A democracia deveria ser vista com olhos desconfiados, e acima de tudo: conscientes de sua imperfeição.
Mas não. É vista como uma perfeição, uma religião, um fim. Deveria ser um meio.

"O rei pode ser um canalha, mas esta em nome de Deus."


A vontade da maioria prevalece em termos, pois uma vez no poder, o politico se torna o rei despota, o tirano, que usa
em vez de espadas sangrentas, a retórica enganadora e o sistema, que tem uma base sólida e irritante no que se refere
a manter a igemonia das aristocracias politicas.

As bandeiras vermelhas eram sacudidas por militantes emocionados, com olhos lacrimejantes e um coração cheio de
esperanças. No meu pensamento, nos meus sonhos, as bandeiras eram pretas.

Quantas alianças vergonhosas foram feitas?
Quantos santuários sagrados não foram destruidos para se construir esse novo ideal?

Que revolução é essa?

...



"O fantasma de Leon Trótski vagava pela praça vermelha. Haviam se passado muitos anos. A neve não era mais encomodo.
O frio e aguerra...Ele simplesmente pegou um punhado dessa neve. Sim, se pudesse morreria de novo!"






Era das sombras: prelúdio de uma revolução




O planeta terra como previsto pelos cientistas estava arruinado. Fato.
O aquecimento global aliado a falta de água doce motivaram guerras e migrações dos povos.

O caos reinava, e a sobrevivência era como em tempos remotos da história do homem: uma conquista dos bravos.

Porto Alegre estava sitiada, e sob domínio das forças da otam. Assim como todas cidades brasileiras que ainda tinham alguma reserva de água.
As forças de coalizam alegavam nos proteger da cobiça do oriente, pois lá, o petróleo já não valia mais nada, e sem ter como barganhar com o ocidente,todos desse lado do globo morriam aos milhares. Os ataques terroristas logo passaram a ofensivas militares . A guerra estava declarada.
E foi em meio a esse contexto apocalíptico que nosso herói surgiu.




A PARTIDA

A neve estava por tudo. Se não fosse pelo toque de recolher certamente todas as crianças estariam na rua fazendo bonecos. Roberto estava estático a mais de uma hora,
em sua frente Mariana estava morta. Achou que apesar de sem vida, a irmã caçula ainda era linda. Mas estava morta, tinha apenas sete anos. No quarto ao lado sua mãe e seu pai deitados na cama de casal haviam falecido a dois dias. Roberto não quis contar para Mariana, tinha que ser forte nessa hora.
Havia alguma coisa na água, foi o que disseram no rádio. Mas então por que ele não havia morrido?

Roberto sabia que não havia mais o que fazer, logo os soldados chegariam e o levarariam. Chorou até se engasgar com seus soluços.
Num ato muito espontâneo e sem objetivo definido saiu pela porta e pegou seu rumo. Apesar de não saber qual.
Era preciso ficar longe dos soldados americanos, tinha que reunir toda sua força de homem e prosseguir. Estava com oito anos nessa época.


Os Soldados

Jack achava o Brasil um país alegre apesar da desgraça toda que lhe afligia. Depois da missão para qual se dirigia ganharia suas merecidas férias. Não conseguia pensar em mais nada. Tinha uma mulher e uma filha lhe esperando, era tudo que importava.
Alguns rebeldes foram vistos pelo satélite. Estavam escondidos como ratos na mata. As guerrilhas nunca desistiam, eram mais uma encomodação do que um inimigo, as armas dos marines eram infinitamente superiores, eles não eram pário.
O local era chamado antigamente de "Três coroas". Hoje conhecido por zona 53.
Ao que parecia os guerrilheiros escondian-se em um antigo templo budista.


Jack era um homem inteligente, leitor de livros, viajado, grande apreciador de musica e armas antigas. Contudo, um soldado obedece ordens.
E lá estava ele, com ordens para neutralizar a área. "Neutralizar." Sim, isso significava matar todos. Saíram em grupos de quatro, cercariam a área e
provavelmente usariam gás, poderiam ainda calibrar suas miras atirando nos que se arriscassem a fugir.
Subiam o morro atráves de uma estrada estreita, a sondagem dos aviões não havia acusado atividade, a subida seria segura.
Então inesperadamente são advertidos pelo rádio de presença inimiga mais a frente.

Entre as ruínas do antigo templo estava o garoto.
Parado, inerte em posição de lótus.
A brisa gelada do inverno arrepiou a alma de Jack. Aquilo não podia ser real, simplesmente não fazia sentido nenhum!
Usou do seu melhor português:
_Calma garoto, está tudo bem agora, nós vamos te tirar daqui.
_Mas eu não quero ir embora, essa é minha casa.
_What?
_Aqui não é mais seguro, venha. ? Não há mais tempo a perder.

Ouve uma grande pausa acompanhada por um silêncio mortal...

_Shit!Who are you boy?



Brâmane, assim como uma flor de lótus azul, vermelha ou branca nasce nas águas, cresce e mantém-se sobre as águas
intocada por elas; eu também, que nasci no mundo e nele cresci, transcendi o mundo e vivo intocado por este.
Lembre-se de mim como aquele que é desperto.

Jack respirou fundo, concentrou-se para voltar a falar em português, aquele garoto não podia estragar tudo, não agora.

_Você virá comigo,será para sua segurança. Vê isso. É uma arma não letal, ela dispara um feixe de descarga elétrica leve, mas o suficiente para imobilizar um homem. Estou ajustando para um nível menor, pois você é uma criança. Garoto, nada disso será necessário, apenas levante-se e vá embora, não será necessário nem mesmo nos acompanhar. Então o que me diz?

Jack ficou a segurar a arma elétrica estupidamente em frente a criança, os outros soldados, mais atrás esperavam impacientes, por eles, tinham já era metido uma bala na cabeça daquele fedelho insolente.

O tempo se esgotou. Era preciso ser feito.
_Eu avisei garoto, isso vai doer só um pouquinho.

_Todos os seres vivos tremem diante da violência. Todos temem a morte, todos amam a vida. Projete você mesmo em todas as criaturas. Então, a quem você poderá ferir?
Que mal você poderá fazer?

O feixe elétrico da arma era azul. Tinha uma luz forte, mas concentrada, não iluminava bem.
Jack permaneceu por alguns instantes ainda em posição de disparo. Aquilo era insólito, ele era apenas uma criança, Jack rezava apenas para ele ter resistido a descarga elétrica, não seria a primeira vez que alguém viria a óbito daquela forma,mas dessa vez não podia ser, era apenas uma criança!


Impossível! O garoto permanecia no mesmo lugar como se nada tivesse acontecido.


_Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo. É esse mundo que você pensou para sua filha?
Um mundo onde um homem ataca uma criança? Por que?

Dizendo isso Roberto se levantou, era preciso ir embora. Mas não por causa dos soldados, simplesmente era a hora.

Jack ainda tentou ser racional:
_É um holograma!

Roberto olhou O capitão Jack White com compaixão, e lhe lançou uma flor que segurava.

_Um holograma não atira flores. Veja Jack, é uma flor de lótus. Elas com certeza não nascem por aqui, fiz essa especialmente para você.
Saiba que uma guerra se aproxima, e não é a guerra gananciosa que você vem travando com o mundo a anos. Será a guerra pela salvação da humanidade.
Jack, eu vim para cumprir com minha obrigação na evolução dos homens. E estou começando por você. Assim como eu, esteja desperto. Pois chegará a hora
de escolher de qual lado você vai ficar.


Roberto apenas andou e se foi, sumiu entre os escombros do que um dia foi o único templo budista tibetano da América do sul.
Jack ficou imóvel ainda por mais alguns instantes, como aquilo tudo era possível?
Sua reflexão é interrompida por alguém que o chama:
_Senhor,será que vão acreditar no nosso relatório se contarmos isso?
_É cabo, acho que não.

Antes de ir embora ainda deu uma boa olhada na flor, era realmente uma flor de lótus.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

As ruas do subúrbio e, eu...




Eu andava pelas ruas barulhentas do subúrbio em um sabado à tarde...

Pisava o chão calejado pelas botas dos trabalhadores, e por fim, como num dispertar inevitável e natural, tive mais uma certeza:

Sou filho e fruto desse lugar. Contudo, renegado em minha distinção até o último dos portões do inferno...

Quem poderia falar sobre desobediência civil, revolução, socialismo, liberdade, e luta?
Quem poderia escrever "Reflexões anarquistas na era comtemporãnea?"

Pois eu digo, aqueles que enfrentaram a roda do mundo, quebraram as alianças e, se lançaram em algo novo, algo melhor.

"O homem sonha nunca mais ser escravo."

Mas, onde quer que eu vá, os vejo presos, confinados a prisões invisíveis, mas de mesma forma: totalmente opressiva e castradora.

...


As ruas da periferia são assim em um final de tarde: cheias de criaças se divertindo.

E por que eu deveria me preocupar?

Pois em verdade digo: em minhas aventuras pelo mundo e pelo trabalho que ganha o pão, vi com meus próprios olhos os homens predando uns aos outros.

E alguns ainda me diziam: é assim mesmo, a lei da selva, etc...

"E lá estava o caminhão. E o velho senhor de pernas trêmulas e olhar vago.Apenas carregava, descarregava, subia, descia, trabalhava, ou algo assim.
E aquele senhor sofrendo era o meu pai, e era o teu. E aquele olhar vago, mergulhado nos devaneios da esperança, era nosso.

Era nosso futuro.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Utopia: Ilusão do errante sonhador




Havia algo errado em minha ideologia. Alguma coisa de conflitante entre o individualismo e a relação social.
Existinham teorias duvidosas em cheque, idéias paradoxais que surgiam a todo momento, mentes brilhantes que viravam a cabeça, simplesmente idéias que se
confundiam, e se perdiam ao se confrontarem em suas divergências...

Para isso comecei a usar uma coisa chamada: método.

Até então coisa tão simples, e esquecida, como fazer uma conta de cabeça.

Munido desse recurso, pude finalmente defender a filosofia anarquista.


...

Então certa vez alguém me disse:

_Não seria utopia?
_A sociedade tem seus valores e regras de boa convivência. Estamos seguros atrás dos muros da cidade grande.
Mas eu pergunto: Onde fica o homem e sua individualidade? Até que ponto pode(se é que deveria) o estado intervir em sua vida?
O título de utopica, é mais um dos ataques dos que amam a obediência, e preservam suas tradições aristocráticas de qualquer forma.

Os que estam prestes a cair são os que mais duvidam da revolução. Foi assim na revolução francesa, foi assim na Russia, foi assim
com o império romano. E sempre será. A revolução é um movimento natural que atravessa os tempos na história do homem, não, não creio que seja
utopia.