quinta-feira, 20 de maio de 2010

Uma noite de outono


Na chuva, em uma noite estúpida de outono, me vi olhando pela janela do ônibus, refletido em uma vidraça mais uma vez meus olhos perdidos em pensamentos...

Em mim, o sonho de não ser nunca mais escravo, e em palpitações meu coração se precipitava para o futuro, em algum lugar onde a solidão e o frio não possam me alcançar.

E um medo me corre pela espinha: que esse lugar se chame "morte".

Em noites assim, quando não estamos nem no natal nem em nada, eu quase posso ver a melancolia e o tédio, são duas criaturas vestidas de cinza, e tem uma face de resignação e tristeza.
E as vezes quando olho para o céu, e o giro distante das estrelas me trás uma leve vertigem, me esqueço da chuva, faço uma grande nuvem de fumaça com meu cigarro, e penso mais um pouco...

Como seria bom destruir noites assim, num lance apenas, desorganizar tudo, e como uma criança rir satisfeito da peraltice.

Em uma noite de outono...