segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Diário da intelectualidade subjetiva:Nietzsche


Eu gosto de tempestades. Naquela noite me lembro bem do som do vento sacudindo com vontade a copa das árvores,
minha mente também se sacudia! No meu cubículo não tinha muito que se fazer, apenas uma pilha de livros, e era só...Mas aquela noite era especial, eu sabia, e esperava por isso a muito tempo. Como já era de se esperar a energia elétrica tinha sido cortada, algum poste ou gerador, como sempre, tinha sido comprometido. Eu estava as escuras. Aquela cama de solteiro estreita e infernal oprimia meu espirito, já estava deitado a uma hora e nada. Em espaços curtos de tempo, o cubículo era iluminado por relâmpagos.
A tempestade continuava, e um sorriso sinistro floresceu no meu rosto. Finalmente meu destino e eu nos encontramos. Na breve e rutilante iluminação de um relâmpago, pude ver claramente em destaque, em cima da cabeceira: Ecce Homo, de Friedrich Nietzsche. Estava lançado um dos maiores desafios da minha vida.


Para explicar o impacto que esse escritor com sua filosofia causou na minha vida, seria necessário relembrarmos e compreendermos a relação de deslumbramento e paralisia, que algumas pessoas tem ao verem pela primeira vez o mar.

Pois que lá estava eu caros leitores, bitolado, por que não dizer, em minhas ideologias e paixões da juventude. Mas eu precisava de algo mais, sempre, em qualquer tempo, o homem quer mais do que ele pode compreender. minha depressão e angustia assolavam inflexíveis, eu precisava fazer algo, precisava de um remédio.
Não sabia que seria assim.

Quem abre esses livros nunca mais volta atrás. Enche a o espírito de confiança,amor, vingança, força e ódio.

Foi preciso algum tempo para mim poder escrever sobre Nietzsche, tal sua influencia em mim. Hoje me sinto confortável para afirmar:
É preciso coragem para ler Nietzsche, mas é preciso ser louco para combate-lo.
E esse sou eu.

Então, quando as tempestades voltam a soprar em noites de loucura da alma, me sento na sala, com as luzes apagadas, não é preciso cigarros, meu suspiro vem ao natural, e eu sei, Nietzsche esta sentado em minha frente...

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Diário da intelectualidade subjetiva: reflexões sobre o passado


"Havia uma criança sentada sozinha durante o recreio, um garoto com olheiras e rancores ácidos...

À noite existiam sonhos de fuga, milagres, oásis dos sentidos e por fim: redenção.

Houve uma criança tocada pela escuridão, um início de protesto, uma revolta, e isso seria tudo naquele tempo!"




Em uma sociedade falida e em transição para a democracia, nesse tempo, sim, foi nesse contexto que se formaram meus primeiros
pensamentos políticos. Eu me tornaria um anarquista por excelência .

É realmente muito difícil fugir do vértice a que somos puxados no dia dia, e realmente nem sei, se vocês querem isso.
Como é doce viver ao sabor do vento, uma doce ilusão para os livres pensadores, por isso, esse patamar de ideais(Reflexões anarquistas na era contemporânea) não esta para todos de igual modo. Esta para nós que desligamos a TV e duvidamos até a última instância do conhecimento.

Quando aderi as minhas primeiras ideologias políticas, e também aos meus primeiros contatos com a igreja católica, tive a nítida
impressão que me tiravam algo, que me faltava não sei o que, que havia uma rede de cobiça do poder e inveja, uma teia de
aranhas predatórias, um não não sei oque,que não queria o crescimento da minha consciência livre e criativa, por fim, graças
a essa luz sempre surpreendente, que são meus companheiros de batalha, os verdadeiros, sim, graças a eles tive outra opção.

Por fora desse vértice dos acontecimentos cotidianos, e do tempo que leva tudo pude ver a imensidão da nossa obra companheiros...
Eu ainda sou aquela criança vestida de preto com olheiras terríveis, e até agora nossas brincadeiras tem sido nossos sonhos mais
sérios.