domingo, 13 de outubro de 2013

As estrelas e o chão desolado da cidade


Procurávamos por estrelas no chão desolado da cidade.
Foi assim na mocidade de nosso conhecimento, quando a sujeira das ruas era um divertimento e todos riam satisfeitos do mendigo que desistiu de tudo.

Em noites em que cruzávamos nossos olhares eu apenas queria poder segurar isso sem ter que me despedaçar e me consumir ...

Mas eu tive um momento de solidão guardado, e em quatro páginas apenas, minha mente foi tocada pela real e absoluta verdade:
Os filósofos mortos não podem saber da vida que esta por ser gerada.

Mas em noites dessas isso não interessa, pois somos vikings bebendo em jarras e dando
gargalhadas . O velho mar guarda nossos mortos e um dia seremos consumidos por essa mesma imensidão que nos criou.

Então não é hora para chorar, nem mesmo para rir idiotamente da desgraça ou da felicidade que sempre esta insatisfeita.
Sim, por Odin, eu vou voltar pra casa levando a poeira das ruas e a vontade de sempre estar em um lugar melhor.

Nossos destinos cruzados eram romances escritos pela mão de escritores anônimos e teus versos nunca foram ouvidos por ninguém, e aquele sarau que tu mesmo inventou era aplaudido por mim, com palmas e sorrisos de quem sabe que nem mesmo Jorge amado foi levado a sério no inicio.

Procurávamos por estrelas no chão desolado da cidade, mas eu e você em segredo já sabíamos:
Toda luz que veríamos seria artificial, mas o lampejo que se sucede em nossos encontros é real!


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